Publicado em 07/10/2014, às 15h20
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Fotos: Agência Reuters |
Os 10 milhões de eleitores da Bahia deverão estar no centro das atenções dos dois candidatos que vão disputar o segundo turno das eleições deste ano no próximo dia 26. De um lado, a candidata à reeleição, Dilma Rousseff (PT), conseguiu no estado 4,1 milhões de votos e deverá trabalhar para manter ou ampliar a vantagem em relação ao senador Aécio Neves (PSDB), que alcançou 1,2 milhão de votos e tentará, ao menos, diminuir a vantagem por aqui.
Em um primeiro turno no qual a diferença da primeira colocada para o segundo foi de 8,3 milhões de votos, que representaram oito pontos percentuais, a Bahia contribuiu com 3 milhões de votos para a primeira colocada. Ou seja, deu a Dilma 36% da vantagem registrada em relação a Aécio. Foi, de longe, a maior frente que ela teve em relação ao tucano em números absolutos e, percentualmente, a quarta maior vitória, atrás do Piauí (70%), Maranhão (69,5%) e Ceará (68%).
O resultado por aqui foi quase tão importante para Dilma quanto a vitória em São Paulo foi para Aécio. Lá, o tucano alcançou a maior vitória em número de votos no primeiro turno. Foi o escolhido por 10,1 milhões de eleitores, somando 44% dos votos válidos, contra 5,9 milhões, 25,82% de Dilma. O estado do Sudeste deu a Aécio Neves uma diferença favorável de 4,2 milhões de votos.
Um dos sinais de que Aécio tem espaço para crescer aqui no estado está na diferença entre a votação alcançada pelo candidato do DEM ao governo, Paulo Souto, e a dele. Aécio teve apenas metade dos 2,4 milhões de votos do candidato apoiado por ele para o governo do estado, o que indica uma margem de crescimento de 1,2 milhão de votos. Isso sem contar mais 1,2 milhão de votos, que foram dados à candidata do PSB, Marina Silva, que também entrarão na disputa.
Cientes da importância do estado no processo que vai definir o próximo presidente do país, os dois principais líderes do governo e de oposição no estado – o governador Jaques Wagner (PT), que apoia Dilma, e o prefeito de Salvador, ACM Neto (DEM), ao lado de Aécio – já avisaram que trabalharão muito pelos seus candidatos.
Se Wagner pretende reunir-se hoje com a presidente Dilma para traçar as estratégias eleitorais deste segundo turno, Neto já esteve ontem em São Paulo com o comando da campanha tucana para traçar os rumos de Aécio na região Nordeste.
Ainda no domingo, quando falou a respeito do resultado da eleição na Bahia, Neto avisou que a prioridade política até o próximo dia 26 será trabalhar pela eleição de Aécio. Para ele, uma possível vitória do aliado seria bastante positiva para a cidade de Salvador.
“Neste segundo turno estou muito confiante na vitória de Aécio. Claro que se Aécio for presidente a gente tem uma correlação política completamente diferente da fotografia atual. É claro que com Aécio presidente Salvador vai ter muito mais e a Bahia também”, afirmou.
O governador Jaques Wagner disse ontem em entrevista para uma emissora de rádio que está indo para Brasília hoje para tratar de assuntos do estado e traçar com a presidente Dilma os planos para o segundo turno. “É importante que ela reforce a campanha dela no Brasil e aqui”, falou. Rui Costa afirmou ontem que em alguns casos a estratégia será manter a votação que a presidente teve no estado e, em outros, será de tentar ampliar.
PolarizaçãoDe 1994 para cá, quando o PSDB e o PT iniciaram uma polarização na disputa pela Presidência da República que já dura 20 anos, o eleitorado baiano vem se dividindo entre os dois grupos. Em 1994 e em 1998, a Bahia votou majoritariamente no ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB), que derrotou o candidato petista, Luiz Inácio Lula da Silva. Naquelas ocasiões, FHC venceu sempre no primeiro turno. Em 2002, quando chegou ao poder, o ex-presidente Lula venceu o tucano José Serra (PSDB) aqui na Bahia. Quatro anos depois, alcançou o patamar de 4,2 milhões de votos no primeiro turno e 5,1 milhões no segundo, contra Alckmin. Há quatro anos, a atual presidente, Dilma Rousseff (PT), foi eleita com frentes de 2,5 milhões no primeiro turno e de 2,7 milhões no segundo turno no estado – vantagem parecida à que teve sobre Aécio neste primeiro turno. Colaborou Clarissa Pacheco.
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