Publicado em 15/10/2014, às 01h18
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Candidatos participaram do primeiro debate no segundo turno na Bandeirantes. (Foto: Nelson Almeda / AFP) |
Participando do primeiro confronto entre presidenciáveis de segundo turno, Dilma Rousseff (PT) e Aécio Neves (PSDB) iniciaram o debate da Rede Band sem meias palavras, na noite desta terça-feira (14), em São Paulo.
No primeiro bloco, Dilma abriu embate criticando Aécio por não cumprir as metas de verbas para a área da saúde, quando ele foi governador de Minas Gerais. Segundo a petista, o governo mineiro na gestão do senador desviou R$ 7,6 bilhões do Estado, que deveriam ser destinados para saúde.
"O senhor foi contra os Mais Médicos e agora suas propostas inviabiliza totalmente Mais Médicos", questionou Dilma. “Lamento que senhora esteja tão desinformada", rebateu Aécio. "Essa proposta Mais Especialidade é a nossa proposta. Temos dois candidatos de oposição aqui e não de continuidade", continuou o tucano.
Aécio, por sua vez, criticou a petista por fazer um horário eleitoral agressiva no primeiro turno. “A senhora não se arrepende de ter feito uma campanha tão cruel contra os seus rivais no primeiro turno?", questionou ele. "Quem faz campanha cruel é você, candidato", contrapôs a adversária.
"Nós fizemos o mais profundo processo de distribuição de renda das últimas décadas e tiramos 36 milhões de pessoas da miséria", disse Dilma Rousseff. Segundo a presidente, candidata à reeleição, seu governo deixou o Brasil mais competitivo e promete novos investimentos à educação brasileira.
Aécio Neves reconheceu o avanço que o Brasil registrou nas últimas décadas, mas "nos últimos quatro anos o País parou de melhorar". Segundo ele, quem assumir a presidência lidará com alto índice de inflações e piores indicadores sociais. Cita ainda que eleitor não pode cair na polarização e ideia de embate "entre Norte e Sul".
Corrupção
O candidato do PSDB questionou Dilma sobre corrupção. "Todos nós brasileiros acordamos surpresos com novas denúncias", começa o tucano. Ele faz pergunta a rival sobre a corrupção dentro da estatal Petrobras e operação Lava a Jato, deflagrada pela Polícia Federal.
Dilma então citou duas leis de seu governo que estimula o combate à corrupção e o fim da impunidade. "Eu quero todos os culpados presos e é essa a minha indignação que o senhor não enxerga", disse a petista, ressaltando que os réus de outros escândalos políticos, como o cartel do Metrô em São Paulo, estão todos soltos.
O tucano respondeu que uma bolsa cheia "boas intenções no fim do governo" não irá solucionar os casos de corrupção. Dilma então pediu a Aécio que relatasse aos telespectadores o caso do Aeroporto de Cláudio, que foi construído em terras da família do senador.
Visivelmente irritado, o tucano olhou para a petista e rebateu: "Olhando nos seus olhos digo que a senhora está sendo leviana, leviana". O tucano se defendeu ainda dizendo que todas as obras do seu governo em Minas Gerais estão dentro da lei.
Programas sociais
Aécio Neves esclareceu que não irá acabar com os programas sociais e não irá privatizar os bancos públicos. "Além do Bolsa Família, não poderíamos ter outros programas que poderiam tirar os brasileiros da pobreza?".
Dilma então respondeu com os números dos programas sociais Bolsa Família, Pronatec e Minha Casa Minha Vida. E recebeu a crítica de Aécio, que disse que o Bolsa Família tem como o pai FHC e mãe Ruth Cardoso, mulher do ex-presidente.
No terceiro bloco do debate, Dilma voltou a usar o cenário mineiro contra Aécio Neves citando altos índices de homicídios no Estado. Aécio disse a pergunta de sua rival foi "muito confusa", mas que tentaria respondê-la. Petista rebate: "Confuso é o senhor. Esses dados estão no Mapa da Violência de 2014, um documento oficial".
No quarto bloco, o candidato do PSDB acusou a candidata do PT de fazer uso do discurso do medo. "E o brasileiro tem medo, sim, de que o PT governo por outros quatros anos". Entre as propostas para aumentar o emprego, Aécio disse que fará investimentos com crescimentos nos programas sociais, que teria DNA de PSDB, reforça. "Um pouco de generosidade não mata, candidata".
Ao final, Aécio Neves agradeceu o apoio de "duas brasileiras": Marina Silva e Renata Campos, viúva de Eduardo Campos, ex-presidenciável morto em acidente aéreo em agosto deste ano. Ele nomeou ainda a presença de Beto Albuquerque e Feldman, ex-vice de Marina e porta-voz da Rede, respectivamente.
"Quem tem mais capacidade e competência para continuar avançando. E quem tem compromisso com os trabalhadores. Quem tem apoio político para fazer as reformas que o País exige", defendeu Dilma em sua consideração final. Para a presidente, um período novo terá novos empregos, novos salários e nova educação. Dilma foi ovacionada pela plateia composta por partidários e políticos.
As informações são do Portal iG.
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