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Pela primeira vez em uma década, a miséria no Brasil para de cair

Publicado em 06/11/2014, às 00h12

Foto ilustrativa: Alex Almeida
Pela primeira vez em dez anos o número de brasileiros vivendo abaixo da linha da pobreza aumentou, passando de 10,08 milhões em 2012, para 10,45 milhões no ano passado. Os dados, que se chocam com o discurso de redução da miséria vendido pelo PT ao longo de toda a campanha eleitoral, foram disponibilizados no site do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) no dia 30 de outubro praticamente na surdina, uma vez que o Instituto não realizou nenhuma divulgação das informações.

Desde 2003, essa é a primeira vez que a quantidade de miseráveis deixa de cair. O Ipea considera em condição miserável as pessoas que não têm renda suficiente para uma cesta básica de alimentos, que varia de preço de acordo com a região pesquisada. De 67,24 reais em Belém do Pará, a 124,96 reais em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, segundo o cálculo do instituto.

Para o presidente do instituto Data Popular, Renato Meirelles, além da questão econômica, os dados impõem um novo desafio ao Governo: encontrar os excluídos do Bolsa Família. “Existe uma questão econômica, que gera um impacto na miséria, mas o conjunto de políticas públicas precisa chegar onde não está chegando”, diz. Para ele, é fundamental que os programas sociais consigam atingir uma maior capilaridade. “O sistema de proteção social do Brasil é um dos melhores do mundo e poderia fazer com que não existissem nem essas 10 milhões de pessoas na miséria. Portanto, esse indivíduo [que está abaixo da miséria] tem que ser assistido pelos programas”.

Se não houver a ampliação dessa rede de assistência, corre-se o risco de que no ano que vem esse quadro de crescimento se repita, explica Meirelles. “Que os governantes aprendam com o resultado das urnas: é necessário radicalizar no desenvolvimento da economia e nos programas de distribuição de renda, que, de fato, fizeram o país avançar nas últimas décadas”, afirma.

Ainda que o número de miseráveis tenha registrado um leve aumento, a população pobre, que tem duas vezes a renda familiar dos considerados miseráveis, segue diminuindo. Passou de 30,3 milhões em 2012 para 26,6 milhões no ano passado. Há dez anos, esse número era mais que o dobro: 60,1 milhões.

Os números foram destacados nesta quarta-feira (05) pelo jornal Folha de S. Paulo. Isso depois de o Ipea se ver envolvido num episódio complicado durante a campanha eleitoral. Em meados de outubro, Herton Araújo, titular da diretoria de Estudos e Políticas Sociais a instituição, pediu demissão por não concordar com a decisão da cúpula do Instituto de impedir a publicação desse estudo que mostrou a evolução do número de miseráveis no país. A exposição desses números poderia ser uma importante munição para a oposição, que perdeu por uma margem muito pequena de votos.

Ipea nega que tenha escondido aumento no número de miseráveis

O ministro da Secretaria de Assuntos Estratégicos, Marcelo Neri negou nesta quarta-feira que o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), subordinado à secretaria, tenha escondido dados que apontam o aumento do número de miseráveis no ano passado, depois de dez anos de redução. Segundo ele, a decisão de não divulgar nada no período eleitoral foi tomada de forma autônoma pela diretoria do Ipea para preservar a instituição. Sobre o aumento do indicador de pobreza extrema, ele disse que no geral, o crescimento da nação foi bom.

"Não houve nenhum estudo “segurado”. Existe uma decisão a priori, feita de forma autônoma pela Ipea, para resguardar a instituição durante o período eleitoral porque existem restrições sobre a capacidade de divulgar dados, existem limitações jurídicas, e o Ipea decidiu de forma autônoma, sem interveniência, foi uma decisão da diretoria do Ipea", disse, complementando em seguida: "O que aconteceu nos últimos dois anos foi um crescimento de renda de 5,5% ao ano. Você tem uma estabilidade de alguns indicadores, mas o quadro geral da nação é de avanço muito forte. Você tem um foco em um dado quando se tem um avanço no Brasil no último ano que são fatores temporários."

Em seu site na Internet, o Ipea divulgou um dado com base na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), segundo o qual o número de pessoas extremamente pobres passou de 10,081 milhões em 2012 para 10,452 milhões no ano passado. São considerados extremamente pobres aqueles cuja renda não consegue garantir o consumo de necessidades calóricas mínimas.

As informações são do EL PAÍS Brasil e do jornal O GLOBO.

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