Publicado em 12/11/2014, às 16h24
por José de Oliveira, da Revista do Vale
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Problemas com queima de cana-de-açúcar podem ser ainda maiores. (Foto: Reprodução) |
Já virou rotina. Moradores de Juazeiro e Petrolina enfrentam o problema todos os anos. A palha da cana-de-açúcar queimada cai diariamente, durante seis meses do ano, nas duas principais cidades do Vale do S. Francisco. É o período em que a empresa Agrovale realiza a colheita da cana. Devido à queima de toda essa biomassa por longo período, são lançados na atmosfera grandes quantidades de partículas e diversos gases poluentes, que influenciam direta e indiretamente o meio ambiente e, consequentemente, a saúde da população dessas duas cidades, além da fuligem (palha queimada), que acaba deixando as casas completamente sujas.
De acordo com estudos realizados por universidades paulitas, os principais impactos sociais e ambientais são causados pelas partículas resultante da queima da cana-de-açúcar e sua distribuição espacial. Em relação aos impactos ambientais, tem-se o lançamento de partículas poluentes na atmosfera. Além da fuligem, o monóxido de nitrogênio (NO), dióxido de nitrogênio (NO2), amônia (NH3) e dióxido de carbono (CO2), que estão diretamente relacionadas aos impactos sociais, ou seja, doenças respiratórias e circulatórias, tais como: asma, hipertensão, câncer de pulmão e até mesmo o raro câncer peniano, estão entre as consequências.
Já um dos principais atingidos pelos malefícios da poluição resultante da queima de cana-de-açúcar são os próprios trabalhadores (cortadores de cana), pois a fuligem das queimadas da cana-de-açúcar pode provocar vários problemas de saúde, causados pelos mais de setenta produtos químicos inclusos nessa fumaça. Estudos realizados por pneumologistas, biólogos e físicos, confirmam que essas partículas na atmosfera, especialmente as finas e ultrafinas, penetram no sistema respiratório provocando reações alérgicas e inflamatórias. Ainda assim, os poluentes vão até a corrente sanguínea, causando complicações em diversos órgãos. Além desses impactos, existem também os malefícios causados a fauna durante as queimadas da cana-de-açúcar. Em uma queimada a temperatura no seu interior pode chegar até 800°C, causando assim, a morte de muitos animais.
Diante de tais circunstâncias, é necessário as autoridades competentes, bem como os responsáveis pela empresa, discutirem novas maneiras para mudar essa situação, visto que o problema pode se tornar ainda maior. O que se ganha em tempo e agilidade, se perde, muito mais, em saúde e meio ambiente.
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