Publicado em 18/11/2014, às 22h19
A pesquisa intitulada “Diagnóstico Molecular da Astenia Cutânea em Ovinos da Raça White Dorper” recebeu prêmio de menção honrosa na área de Genética Animal no XX Encontro de Genética do Nordeste (XX Engene), realizado no início do mês, em Campina Grande (PB). O trabalho, de autoria da estudante de Medicina Veterinária da Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf) Samla Marques Cunha, identificou a presença de portadores de astenia cutânea em amostras de ovinos na região. Ou seja, animais que apresentam a mutação genética, mas não têm a doença.
O trabalho realizado pelo Grupo de Pesquisa em Genética Animal Aplicada recebeu fomento da Univasf, através de edital interno da Pró-Reitoria de Pesquisa, Pós-graduação e Inovação (PRPPGI), estando vinculado ao Programa Institucional de Voluntários de Iniciação Científica (Pivic/Univasf). O estudo conta ainda com coautoria de outros três estudantes, sendo dois do curso de Medicina Veterinária, Esdras Medeiros Almeida e Joel Fonseca Nogueira, e um do curso de Zootecnia, João Luiz Pereira de Souza Filho, além dos docentes Daniel Ribeiro Menezes, do Colegiado de Medicina Veterinária, e Gisele Veneroni Gouveia, do Colegiado de Zootecnia.
De acordo com o orientador do trabalho e líder do Grupo de Pesquisa em Genética Animal Aplicada, professor João Gouveia, do Colegiado de Zootecnia, com os avanços dos estudos, ainda em andamento, a meta dos pesquisadores é estabelecer estratégias de controle com a utilização de testes no rebanho. Ele aponta que o primeiro registro da doença no Brasil ocorreu em 2014 e que ainda não existe, no País, um programa de monitoramento de doenças genéticas em animais de produção, como os ovinos.
Conforme o pesquisador, a astenia cutânea pode provocar morte precoce dos animais, em virtude dos ferimentos e infecções decorrentes. “A doença provoca fragilidade na pele do animal que morre ainda muito jovem e não chega a atingir nem a idade de abate”, alerta. João Gouveia antecipa que o teste utilizado para a realização do estudo deverá, no futuro, ser disponibilizado para os criadores da raça pelo Laboratório de Genética da Univasf, do Campus Ciências Agrárias, e aplicado no rebanho da região. Além disso, a ampliação da pesquisa, disse João Gouveia, vai possibilitar conhecer melhor a raça. “Os primeiros ovinos da raça White Dorper chegaram ao Brasil na década de 1990, importados da África do Sul, a sua origem, e da Austrália”, comenta.
Samla Cunha ressalta o impacto do estudo na área de produção animal e para a economia do setor. “Caso a doença não seja identificada precocemente, pode acometer muitos animais e isso levar a perdas econômicas”. Sobre o prêmio, ela comenta: “É o resultado de um trabalho bem executado e árduo, e para o nosso grupo de pesquisa é muito importante, visto que ainda somos um grupo novo, então nos mostra que estamos no caminho certo.
As informações são da assessoria da Univasf.
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