Publicado em 04/12/2014, às 16h59
![]() |
Coleção de cartilhas do Caerdes. Os 13 livretos dividem-se duas series: Agroecologia e Meio Ambiente. (Foto: Divulgação) |
Com o intuito de apresentar aos pequenos agricultores, estudantes e pesquisadores as vantagens de produzir alimentos orgânicos utilizando adubos orgânicos e defensivos naturais, o Centro de Agroecologia, Energias Renováveis e Desenvolvimento Sustentável (Caerdes) do Campus III, da Universidade o Estado da Bahia (Uneb), em Juazeiro, produziu uma série de cartilhas educativas que abordam temas variados como meio ambiente, manejo e conservação do solo, produção de biofertilizantes líquidos, preservação dos recursos hídricos e destino dos resíduos sólidos.
As cartilhas dividem-se em duas séries intituladas “Agroecologia” e “Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável” e com treze volumes. Os livretos foram produzidos no período de um ano pelo diretor do Departamento de Tecnologia e Ciências Sociais (DTCS) e coordenador do Caerdes, professor da Uneb Jairton Fraga Araújo e bolsistas do projeto Integração Ensino, Pesquisa e Extensão em Agricultura Orgânica e Agroecologia no Submédio São Francisco com apoio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Cientifico e Tecnológico (CNPq).
Com uma linguagem simples, prática e ilustrações que ajudam a facilitar o entendimento do público leitor, os livretos, de acordo com o coordenador do Caerdes, buscam preparar o agricultor que trabalha com o cultivo de culturas como melão, cebola, tomate, para a produção desses alimentos de forma orgânica e agroecológica.
Em alguns volumes é possível encontrar diferentes formas de produzir defensivos e adubos naturais feitos com fontes alternativas como o nitrogênio, encontrado no esterco animal e o potássio, presente nas cinzas de madeira. O material também ensina o agricultor a fazer biofertilizantes líquidos, um tipo de adubo feito à base de esterco bovino e leite de vaca. Os livretos também tem como proposta alertar os produtores quanto aos danos e perigos à saúde causados pelo uso de agrotóxico, além de explicar a importância de separar o lixo nas residências e o tempo que ele leva para se decompor na natureza.
Uma das preocupações, durante a produção das cartilhas, segundo o professor da Uneb, era com a construção das ilustrações. Para isso, foram pensados desenhos que representassem a composição étnica do Brasil, com a figura do negro, índio e branco. As imagens foram desenhadas pelo estudante da Uneb e bolsista do Caerdes Gilmário Noberto de Souza. De acordo com o aluno do curso de Engenharia Agronômica, as ilustrações foram pensadas como uma forma de aproximar ainda mais os leitores.
“O professor sugeriu que as cartilhas tivessem o maior número de desenhos que representassem a nossa população. Então pensamos em ilustrar pessoas simples como o vaqueiro, o agricultor, que é o nosso principal foco, para que ao ter acesso ao material ele possa se identificar”, explicou o bolsista.
Quanto à linguagem, o professor da Uneb explica que a ideia era trazer os conhecimentos científicos apreendidos na academia de uma forma acessível que se aproximasse da realidade dos pequenos agricultores.
PROCESSO DE PRODUÇÃO - O estudante do Curso de Engenharia Agronômica Saullo Melo explicou que todos os bolsistas do Caerdes participaram do processo de produção das cartilhas. Segundo Saullo, cada estudante ficou responsável pela construção de uma cartilha e nela, seriam responsáveis por organizar os conteúdos e realizar as correções com o professor Jairton.
A aluna do curso de Direito da Uneb e também bolsista do Caerdes, Kallinca Artuso também participou da elaboração dos livretos. Segundo a estudante, apesar de ter conhecimento sobre Direito Ambiental, Política Nacional dos Resíduos Sólidos e Recursos Hídricos, sentiu dificuldade para conciliar os conteúdos sobre agroecologia, mas contou com os colegas que a ajudaram durante todo o processo de produção, explicando os termos próprios da área agronômica.
Dentro do projeto Integração Ensino, Pesquisa e Extensão em Agricultura Orgânica e Agroecologia no Submédio São Francisco, os bolsistas realizam formações com agricultores do município de Canudos (BA), alertando sobre as vantagens de produzir sob o sistema de cultivo orgânico e agroecológico. “O projeto prevê assistência a cem famílias. Nossa ideia é formar um grupo de agricultores agroecologistas que possam produzir e comercializar produtos sem agroquímicos. Em 2015, pretendemos realizar essa formação nas cidades de Juazeiro e Petrolina”, finalizou o professor Jairton Fraga.
As cartilhas serão distribuídas para os produtores rurais do município de Canudos, em algumas escolas de Juazeiro onde atua o projeto, universidades e empresas agrícolas da região.
As informações são da assessoria do DTCS/Uneb.
0 comentários:
Postar um comentário